| Maricá: uma nova realidade |  |  |  |
Uma cidade em transformação: Desde maio, o município é considerado produtor de petróleo, o que aumenta a expectativa em torno do seu desenvolvimento Quem mora em Maricá e precisa pegar a estrada todo dia para trabalhar no Rio ou em Niterói sabe muito bem que, a cada semana, surge um telhado novo na paisagem à margem da rodovia. A constatação, já absorvida pela população, reflete em parte o temido, para uns, ou tão esperado, para outros, progresso. E “sua excelência o progresso”, que vinha chegando sorrateiro, agora aponta com força e já não é mais uma utopia. Ele agora é real e vem em forma de uma “gorda bolada” dos royalties que irá se multiplicando nos próximos anos. A expectativa é de chegar a R$ 50 milhões em 2011, deixando para trás os minguados R$ 480 mil do primeiro semestre deste ano. Durante o seminário sobre o pré-sal, realizado na cidade em setembro, o prefeito Washington Quaquá revelou que desde maio deste ano, o município é considerado produtor de petróleo, o que aumenta a expectativa em torno do seu desenvolvimento. Só no campo de Tupi, a previsão é de se produzir 100 mil barris de petróleo por dia, colocando o município no confortável status de uma das regiões que receberá mais investimentos nos próximos anos em todo o Hemisfério Sul. O progresso está chegando a passos largos e já pode ser sentido no crescimento populacional. Maricá, hoje, contabiliza 123.492 moradores, de acordo com o IBGE. Segundo reportagem publica-da na segunda semana de outubro, por um jornal carioca, este é o segundo maior crescimento populacional no estado, ficando atrás apenas de Rio das Ostras. Este crescimento vem acontecendo ao longo dos últimos anos, em parte, por conta dos índices de violência dos grandes centros urbanos. Até há pouco tempo, as pessoas vinham para Maricá em busca de ar puro, vida tranquila e belas paisagens. A proximidade com o Rio, onde se chega em menos de uma hora, era só um atrativo a mais e costumava sacramentar a decisão do futuro morador, caso ainda houvesse alguma dúvida. A instalação do polo naval em Jaconé é outro fator de desenvolvimento da região e deverá gerar cinco mil empregos diretos no município. Segundo o deputado estadual Rodrigo Neves, que sobrevoou recentemente a área onde o pólo será instalado, há espaço para a implantação de dois estaleiros de médio porte e mais oito empresas de navipeças, inserindo definitivamente Maricá na atividade naval e offshore do Brasil. “A área escolhida para a implantação do pólo naval é bastante estratégica porque está na cidade de Marica que, como eu tenho dito, vai viver um novo ciclo de desenvolvimento no próximo período, sobretudo por conta da atividade de exploração e produção da camada do pré-sal”, afirmou o deputado. Segundo revelou Rodrigo Neves, a empresa japonesa Daihatsu, de fabricação de motores, deverá trazer para o município um grande investimento e geração de novos empregos. Segundo ele, a implantação do projeto terá total apoio da Alerj. Mas nem tudo são flores nessa caminhada rumo ao mundo dos negócios. Marica precisa investir em infraestru-tura, já que atualmente apenas 5% da cidade dispõe de serviços de saneamento básico. Além disso, as ruas estão esburacadas e o sistema de transporte municipal ainda deixa muito a desejar. Os vereadores correm para regularizar o transporte alternativo, numa tentativa de minimizar os efeitos negativos que a falta de ônibus e cumprimento de horários dentro do município causam na população. Para o deputado Rodrigo Neves, a cidade tem tudo para decolar mas precisa investir em infraestrutura e mão-de-obra especializada. “O desafio agora é a Prefeitura, em parceria com o governo do estado e o governo federal, implantar cursos de qualificação profissional na área da construção naval. Hoje, já existe um centro de excelência nessa área, que forma jovens para esse segmento, que é a Escola Técnica Henrique Lage, em Niterói. E eu acho que a partir da liderança do prefeito, nós podemos apoiar a implantação de uma unidade aqui na região, consolidando o pólo naval de Marica”, disse Rodrigo. Para o deputado, não basta a cidade ser produtora de petróleo e ele explica: “Levando em conta o desenvolvimento da exploração e produção de petróleo no Brasil e, sobretudo, no Estado do Rio de Janeiro, a demanda por serviços, pela logística e pela atividade na construção naval, navios, sondas, é uma demanda muito grande. Isso está despertando nos grupos internacionais e nacionais interesse em investir no Brasil porque a Petrobras tem uma política de conteúdo nacional nas suas encomendas. Então as empresas para serem contratadas, navios, plataformas têm que ter empresas sediadas no Brasil. Isso abre uma possibilidade de atração desses investimentos em Maricá porque o importante não é apenas ter a exploração e produção de petróleo no campo de Tupi, o importante é que a cidade esteja incluída na cadeia produtiva. Eu acho que Maricá pode e precisa ter não apenas a exploração e produção do petróleo, mas também alguns segmentos da logística, da inteligência, do desenvolvimento tecnológico e da indústria da atividade da cadeia produtiva do petróleo”, concluiu o deputado. Fonte: |
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